Revestimento cerâmico do arco triunfal e da capela-mor
Igreja de São Tiago e São Mateus / Matriz do Sardoal
[Sardoal]
Número:
SRD_SRD_Ig_TM0101
Designação:
Revestimento cerâmico do arco triunfal e da capela-mor
Tipo de Património:
Azulejo
Classificação:
Revestimento cerâmico\figurativo
Revestimento cerâmico\de padrão
Descrição:
O revestimento azulejar da Igreja Matriz do Sardoal encontra-se aplicado no arco triunfal e na capela-mor. O arco triunfal apresenta cercadura (C-18-00024), barra de enrolamentos de acantos (B-18-00003 e respectivo canto B-18-0003-ct03) e cercadura de torcidos, articuladas entre si nas áreas mais largas e reduzida apenas à C-18-00024 nas áreas mais estreitas, como é o caso das duas fiadas que se prolongam desde o arranque dos arcos das naves laterais até pouco acima dos capitéis do arco triunfal. Sobre este, a combinação de cercaduras e barras delimita uma área de padrão, que respeita o desenho do arco e do tecto de madeira. Superiormente, no fecho do arco, a cercadura e barra de acantos são interrompidas pela simulação de uma voluta. Na capela-mor, os azulejos revestem integralmente as paredes laterais, integrando os vãos e revestindo ainda os vãos das janelas. Cada secção figurativa (três de cada lado) apresenta uma guarnição diferente, facto motivado, talvez, pela disposição dos vãos. Do conjunto ressalta o tom de azul mais escuro destas guarnições, com as figuras recortadas sobre o fundo e sem recurso a bordos, com excepção das secções envoltas por barras de enrolamentos de folhagem e flores (B-18-00011 com canto B-18-00011-ct01 e centro B-18-00011-ctr01) (parede 2, nível 1, secção 2, e parede 3, nível 1, secção1). Se as secções (1 e 3) do nível 1 de ambas as paredes são internamente recortadas e sem separação rígida entre guarnição e figuração (M-18-00001), já as secções do nível 2 simulam uma moldura interna (M-18-00002) que separa a figuração das guarnições que, por sua vez, se prolongam integrando as áreas sem secções, como é o caso dos espaços sobre as janelas. No nível 1, as secções representam peregrinos de São Tiago a par de cenas pastoris, de caça ou retratando eremitas. Superiormente, no nível 2, as secções de maiores dimensões representam episódios da vida de São Tiago, nomeadamente, a "Aparição de Nossa Senhora do Pilar a São Tiago" (parede 2, nível 2, secção1) e "São Tiago combatendo os mouros" (parede 3, nível 2, secção1). Nos vão das janelas, sobre uma voluta de grandes dimensões, ergue-se uma figura de panejamentos esvoaçantes, que segura, à cabeça, um cesto de flores e frutos. Os braços e parte do tecido surgem à frente das tarjas que limitam os painéis, criando uma sensação de volume e de tridimensionalidade. Superiormente, uma grinalda de flores pende de duas argolas.

- 1703-00-00 [Revestimento]
Datado - parede 3, nível 1, secção 1 | SIMÕES - Azulejaria em Portugal no século XVIII, p. 355 refere que no Livro das Visitações há notícia de obras na capela-mor em 1702 correspondendo, certamente, aos azulejos e ao retábulo-mor

- Mestre P.M.P. - Pintor (Atribuído - [1979] SIMÕES - Azulejaria em Portugal no século XVIII, p. 355, refere uma aproximação à obra de P.M.P.)
- Manuel dos Santos - Pintor (Atribuído - [1975] SMITH - Some Lisbon Tiles [...], p. 1; [1979] SIMÕES - Azulejaria em Portugal no século XVIII, p. 355, é o pintor que o autor pretende referir ao mencionar o pintor desconhecido das capelas-mores das igrejas franciscanas de Ponta Delgada e Faial; [1979] MECO - O pintor de azulejos Gabriel del Barco [...], p. 66 e p. 117, nota 58; [1980] MECO - O pintor de azulejos Manuel dos Santos [...], p. 103 e ss.; [1989] MECO - Manuel dos Santos [...], p. 437; [1986] MECO - O azulejo em Portugal, p. 220; [2003] SERRÃO - O Barroco [...], p. 123 e 212; [2009] MECO - Azulejo [...], p. 127; [2010] MECO - A Azulejaria no Mosteiro de São Vicente [...], p. 241)


[Parede 2, nível 1, secção 1]

[Parede 2, nível 2, secção 1]


[Parede 1]

[Parede 2, nível 1, secção 1; parede 3, nível 1, secção 3]

[Parede 2, nível 2, secção 1; parede 3, nível 2, secção 1]
Módulo: [s/m]
Localização: Parede 2, nível 1, secção 2; parede 3, nível 1, secção 1
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[Parede 2, nível 1, secção 2; parede 3, nível 1, secção 1]
Localização: Parede 2, nível 1, secção 2; parede 3, nível 1, secção 1
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[Parede 2, nível 1, secção 2; parede 3, nível 1, secção 1]
Localização: Parede 2, nível 1, secção 2; parede 3, nível 1, secção 1
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Material
Matéria transformada\Produto cerâmico\Azulejo [Azulejo]
Técnica
Cerâmica de revestimento\Técnicas de decoração\Faiança\À mão livre [Azulejo]
Cor
Branco [Vidrado]
Azul [Pintura]

MECO, José - O pintor de azulejos Manuel dos Santos. Definição e análise da obra, separata do Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, III série, n.º 86. Lisboa: Assembleia Distrital de Lisboa, 1980.
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MECO, José - Manuel dos Santos. Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Ed. Presença. 1989. pp. 437-438.
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MECO, José - A azulejaria do Palácio da Independência, em Lisboa, separata do Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, III série, n.º 87, tomo I. Lisboa: Assembleia Distrital de Lisboa, 1981.
MECO, José - O Azulejo em Portugal. Publicações Alfa, 1989.
SERRÃO, Vítor - História da Arte em Portugal - o Barroco. Barcarena: Editorial Presença, 2003.
CARVALHO, Rosário Salema de - As guarnições como elementos estruturadores da narrativa azulejar. Ciclos de Iconografia Cristã na Azulejaria. Actas do I Colóquio Sacrae Imagines. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igrejare. 2013. pp. 45-60.

TORRINHA, Joaquim F. S. - As "reservas Cordiformes" na Obra de Manuel dos Santos. Callipole, Revista de Cultura. Vila Viçosa. 9 : Câmara Municipal de Vila Viçosa. (2001),
MECO, José - O pintor de azulejos Gabriel del Barco. História e Sociedade. Lisboa. 6 e 7 (1979/1981), pp. 58-67 e pp. 41-50.
MONTEIRO, João Pedro - Iconografia de São Tiago em azulejos setecentistas. Revista Azulejo. Lisboa. 2 : Museu Nacional do Azulejo. (1992), pp. 22-37.

- Rosário Salema de Carvalho (2013-06-17, Inserção da ficha)
- Rosário Salema de Carvalho (2013-07-02, Descrição)